terça-feira, 29 de julho de 2008

Uma Teoria Rapidinha

Quer uma prova de que tudo é cíclico e no final dá certo?



-Nos anos 70 os rapazes se casavam com as moças e quando a coisa já não funcionava muito bem o casal pedia um "desquite" e apartir daí as pessoas passavam a olhar o casal com outros olhos, hoje em dia nem o tal do "desquite" existe mais e a turma casa e se separa numa boa, tá tudo certo.


-Nos anos oitenta a gente olhava aqueles caras esquisitões que usavam rímel e um batonzinho bem discreto como quem olha um extra terrestre, hoje o cara além de toda a maquiagem ainda colocou peito e extraiu o pipiu e a gente adora ver eles no "bas fond" cheios do "equê", tá tudo certo. (Não sabe o que as duas palavrinhas significam? Pergunte para um deles que eles vão adorar te explicar).


- Já nos anos 90 a gente achou um tremendo absurdo ver o rapaz do rímel beijando outros rapazes na boca em público, hoje aquela menina que todos os caras que você conhece já tentaram apertar e ela nunca deu a mínima pra eles, beijando a ex do rapaz dos anos 70 e a gente também acha tudo normal, tá tudo certo.


- Nos dias de hoje a grande discussão é sobre a união matrimonial para pessoas do mesmo sexo, que eu imagino dar pano para manga por mais um ano, não mais que isso. Tá tudo certo.


- Aí você se pergunta, o que mais vem por aí? Nada! Tudo volta ao normal na próxima etapa do jogo, os rapazes voltarão a se casar com as moças, não é legal? Só que desta vez elas de fraque e eles de véu e grinalda! E a gente vai achar super chique e "muderno" ser convidado para a cerimônia. Tá tudo certo!

domingo, 27 de julho de 2008

Tô Pagaaaanu!

...e naquele sábado a noite que eu deveria estar fazendo alguma coisa mais interessante, resolvi "zappear" minha televisão, sou um fã incondicional do canal Discovery, mas naquela noite passava um programa chamado "Deadliest Catch" sobre os pescadores de carangueijos. Como eu não queria assistir a caça dos pobres crustáceos continuei na busca de algo que pudesse me entreter até o soninho pintar na área. Caí na Rede Globo o programa se chamava "Zorra Total" e o quandro retratava uma moça de vocabulário bastante duvidoso que iniciava uma discussão com alguém sobre quem estaria pagando a conta de uma festa a bordo de um navio de luxo. Quando derrepente ela puxa assunto sobre um tal senador seu assistente, a personagém de nome Glauber chama a protagonista de lado e diz para ela esquecer o senador. A moça encerra o quandro com uma frase bem interessante. "Tá olhando o quê? To pagaaaanu!". Assistí mais 20 minutos do programa e o soninho havia chegado, fui dormir curioso. No sábado seguinte esperei para ver o tal quadro e uma cena muito parecida com a do programa anterior ia ao ar com uma discussão similar e no final a protagonista solta novamente o bordão "Tô Pagaaaanu". É engraçado que alguém tenha levantado a bandeira sobre este assunto, mas de fato é assim que grande parte dos brasileiros se comportam quando o assunto é aparecer. De maus tratos a garçons a conversas em volumes inapropriados, seja no restaurante ou na limousine, no avião ou no navio de cruzeiros o brasileiro parece que faz questão que as outras pessoas saibam da onde são. Não que os brasileiros sejam os mais barulhentos, os cubanos, porto riquenhos e venezuelanos falam mais alto, riem mais alto sem a menor consideração as outras pessoas que se encontram a sua volta. O fato é que o brasileiro é barulhento e se isso é bom ou ruim isso é uma outra história. Quando visitamos qualquer museu em Paris, Londres, Nova Iorque podemos observar pela maneira como se comportam as pessoas, a origem delas. Brasileiros parecem não ligar muito para o direito que as outras pessoas tem de assistir uma peça de teatro ou mesmo apreciar uma obra de arte em silêncio sabe por que? Porque é Nóis na Fita Mano! Quando você olha para ver da onde vem aquele zum zum zum no museu pode-se quase sempre observar a presença de pessoas devidamente uniformizadas com a camisa da seleção brasileira e de outros times de futebol, não é bacana ir ao Louvre com aquele camisa amarela discretíssima? O que se tem notado por aqui é que nós não estamos tão bem na "fita" como muita gente pode pensar. Patriotismo é uma coisa, achar que o Brasil é amado nos quatro cantos do mundo é outro papo, especialmente pelos esforços que o brasileiro tem feito para preservar a amazônia. O mundo sabe da importância da selva amazônica no contexto ambiental e vários países já ofereceram ajuda, mas o governo brasileiro parecer ter alguma solução secreta para o problema do desmatamento que decidiu por alguma razão guardar para sí prório, o que acontece é que isso já começou a cheirar bem mal por aí e o fato de nós sermos um povo divertido, espirituoso e barulhento não cobre o fato de que nossa floresta vem sendo devastada em proporções astronômicas a cada dia e que nada tem sido feito para evitar o que logo vai ser a maior vergonha do brasileiro. Como sugestão então propomos duas alternativas, uma é começar a usar da nossa habilidade em falar alto e tentar chamar a atenção de algum país parceiro (já que não temos infra estrutura para tanto) para evitar uma "ecatombe florestal" e a outra é ficar bem quietinhos, não usar aquela camisa amarela linda em ambiêntes internacionais e jamais usar a frase "Tô Pagaaaano!"