domingo, 25 de novembro de 2007

A Festa na Casa do Menino Sam

…e sabendo que sua popularidade andava meio em baixa mesmo com aqueles que sempre apoiaram suas ações impensadas o menino Sam resolve fazer uma festa em sua enorme mansão. Garçons, Dancarinos, Motoristas de Limousine, DJs, Equipe de Limpeza, Segurança e até garotas de programa foram contratados para a tal festa, porque Sam sempre foi um menino digamos, mimado, nada podia lhe faltar, sam inclusive tinha seu fornecimento pessoal de frutas, legumes e laticinios, todos produzidos pelos contratados que de uma maneira ou de outra estariam participando da festa. Os convidados vem de todas as partes, mas todos tem praticamente o mesmo objetivo, desfrutar da hospitalidade do menino Sam, mesmo que no fundo saibam que são “personas non gratas” na propriedade do menino Sam. O que Sam não poderia imaginar era que os convidados começariam a trazer seus próprios convidados que por sua vez traziam seus familiares e mais convidados. A Casa do menino Sam começa a ficar repleta de convidados a ponto de que Sam já não podia mais distinguir entre convidados e penetras. Ainda assim a festa era boa tinha comida e segurança para todo mundo, até o dia que alguns dos convidados (convidados mesmo, de convite de veludo verde) resolveram, abusando da hospitalidade do menino Sam, pegar alguns dos seus brinquedinhos favoritos e quebrar tudos, deixando uma tremenda bagunça bem no meio da sala. Foi então que o menino Sam, muito bravo com tudo aquilo resolveu acabar com a festa… Mas aí já era tarde, a quantidade de gente a ser mandada embora da festa era tão grande que até mesmo para o rico menino Sam aquela seria uma operação muito cara. Seus pais jamais aprovariam um aumento de mesada só para uma outra festa, a do “Bota-fora”. Vendo que a sua popularidade não era boa, mesmo entre os convidados que lá estavam usufruindo de sua hospitalidade, o menino Sam então num ato desesperado de tentar se passar por bom menino, se vira para os pais e tenta convencê-los da importancia de toda aquela gente simples e trabalhadora na festa, o que de fato seria muito bom para o prosseguimento da confraternização, trazendo ainda um bonus, o benefício para Sam e seus pais de poder saber afinal quem eram os bons e os maus convidados, identificar os que queriam continuar na festa e os que só estavam alí mesmo para abusar da boa fé do menino Sam.e levar um “Doggy Bag” para casa. Mas como a popularidade do menino Sam já andava mesmo mais pra lá do que prá cá os pais preferiram continuar com aquele monte de penetras na festa a fazer a vontade do menino Sam e assim lhe disseram:

- Até que emfim meu filho querido você teve uma boa idéia, mas como você não andou se comportando direitinho nós não vamos fazer a sua vontade.

A festa prossegue, os convidados não se abatem pelo desânimo nem mesmo por não serem reconhecidos pelo seu esforço e participação e vão as ruas celebrar as suas alegrias e tristezas na esperança que um dia passem a ser convidados oficiais do menino Sam, com aquele convite de veludo verde e letras douradas.

Obrigado pela visita, uma semana divertida para todos e semana que vem tem mais!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Papo de Buteco

…e foi quando acabei de lavar todos aqueles copos e pratos sujos da hora do almoço é que tive tempo de me debruçar no balcão e prestar atenção naquela animada conversa entre aqueles três caras na mesa bem do ladinho do trilho da porta de ferro o cheirinho da pururuca recém frita estava no ar e no radinho empoeirado acho que tocava um Zeca Pagodinho ou seria Alcione? Após anos trabalhando aqui no portuga percebí que assuntos de homem são sempre quarto: Dinheiro, futebol, mulher e carro, as vezes um as vezes dois deles combinados mas basicamente estes. As vezes os assuntos são abordados de maneira bem superficial as vezes com mais complexidade o fato é que como o Portugês paga pouco ninguém quer mesmo trabalhar aqui, então fico sozinho a maior parte do tempo então não dá para pegar as conversas inteiras, do começo ao fim, o que consigo captar vem em nacos de informação misturadas com “me vê mais uma aí ô”, “tem um tira gosto?”, “me dá um Uliúdi”. De repente um dos caras daquele mesa inclina a cadeira pra trás coloca as mãos atrás da cabeça e fica se balançando num movimento de vai e vem até que ele olha em direção da parede e vê uma folhinha colada na parede, presente do vizinho mecânico “O Reis das Baterias”. Na tal folhinha podia se ver a foto de uma linda moça se encostando em um lindo carro. Na verdade eu nunca soube quem a moça era até o camarada soltar um comentário meio que do tipo inquisitivo para os outros caras da mesa: “E aí você prefere a Adriana Lima ou o carro?” Saquei que era um papo de Macho! Um deles se vira e fala “eu fico com o mulherão” e o outro “eu com o carro”. O rapaz tira as mãos de trás da cabeça volta a cadeira para a posição normal e se vira para o que disse o carro e pergunta: “Mas porque o carro?”. “Me dá uma cochinha de frango com catupirí aí!” Me pede aquele garoto que eu nem ví entrar. Os três se levantam vão até o balcão e pedem a conta, “dezoito e cinquenta” eu respondo, sem saber a resposta do cara… “Você aceita vale transporte?”

Moral da história:
1- Atendente da bar do portuga não tem direito de namorar com a Adriana Lima.
2- Se você é atendente do tal buteco, você não vai ter um carro daqueles nunca.
3- O que adianta namorar com a Adriana Lima se ela não te ama de verdade.
4- Numa certa parte da minha vida eu ficaria com a moça, numa outra, com o carro, mas hoje eu ficaria com uma mulher que me amasse de verdade mesmo que eu não tivésse carro. E nem precisa ser tão bonita assim…
5- Já que você leu isso até aqui, porque não aproveita e me diz qual o seu sonho…
6- “Me dá uma garrafa de tubaína e dois ping pong de morango aí moço! Num teim ping pong? Então me dá o Ploc mesmo”

Semana que vem tem mais uma do Menino Sam

domingo, 11 de novembro de 2007

O Menino Sam

…e tudo corria normalmente naquela ensolarada manhã de terça feira na Escola Global, o professor falava sobre política internacional naquela sala repleta de alunos atentos. Na primeira fila sentado bem de frente para o mestre se sentava Sam, o aluno mais querido pelos professores. Aquele carinho não era por acaso, Sam sempre tirava boas notas, participava de tudo que acontecia na escola, nos eventos esportivos era quase sempre o mais premiado, era convidado para festas e confreternizações e sempre foi a atração principal. O que as pessoas não sabiam é que na hora do lanche Sam o garoto grandalhão e fortão da escola roubava a merenda dos alunos mais fracos, quando não tirava o dinheiro deles, extorquia os seguranças da escola para não contarem nada pra ninguém, isso porque Sam também era o aluno mais rico e poderoso da escola. De repente do meio daqueles alunos franzinos e pobres do fundo da sala se levanta um garoto mirradinho que usava um turbante branco, sem que ninguém da sala percebebesse, porque estavam todos muito atentos a aquela aula, ele vai bem de mansinho por trás e dá uma tremenda cacetada na cabeça de Sam e volta correndo para o seu lugar. Quando Sam revoltado se vira para saber quem foi, ninguém aparce. O que todos não podiam imaginar é que Sam havia pago algum dinheiro para aquele menino do turbante para colocar uns garotos que não gostavam do Sam para correr na hora do recreio, porque Sam nunca quis dividir o lanche com ninguém. Então Sam sem pedir permissão ao professor se levanta, interrompe aquela tranquila sala de aula e gritando pergunta: Quem foi? Obviamente ninguém queria confusão com Sam afinal além de ser querido e influente ele era o mais forte da escola. Sem saber muito bem o que fazer (porque Sam nunca teve nenhum tipo de iniciativa) Sam se vira para a sua melhor amiguinha de classe uma garotinha negra de nome engraçado que se sentava bem a seu lado para dar cola nos dias de prova e pergunta qual deveria ser a sua ação, a menina também não muito experiente com aquele tipo de situação sugere sussurrando que ele escolha qualquer um daqueles da turma dos franzinos do fundo da sala e bata forte nele para sevir de exemplo para os outro, Sam pensa(?) rápido e numa passada de olho vê um garoto de olhar triste que alguns anos atrás havia mostrado para toda escola que o pai do Sam era um grande covarde, como o tal do garoto não era lá muito querido pelos corpos discente e docente daquele estabelecimnto de ensino, Sam vai até o fundo da sala e armado com um taco de Basebol (Sam era o melhor no Basebol também) e disfere fortes pancadas na cabeça do menino até matá-lo. Numa ação covarde e sem precedentes o garoto foi assassinado em plena sala de aula sob os aplausos de outros alunos que mesmo não concordando com tamanha covardia se viram obrigados a assistir estarrecidos aquela cena de terror. Afinal quem gostaria de ser o próximo? Sam continua o bom aluno, hoje sem muito apoio dos colegas e professores, só da sua amiguinha de nome engraçado, leva consigo uma tremenda cicatriz bem na nuca, o garoto do turbante ainda está lá bem quietinho meio que como para provar a incapacidade de Sam de acertar, e o menino de olhar triste foi enterrado sabendo de toda a verdade sobre Sam.
Aqui deixo-lhes algumas perguntas: Quando é que Sam vai mudar?, se nós fossemos os outros alunos sabendo de tudo, ainda aplaudiríamos as ações impensadas do impetuoso Sam? Pense nisso!